A inteligência não é um talento, mas uma capacidade. Um talento tem-se, ou não, mas uma capacidade treina-se. E apesar de existirem diferentes modos de encarar a inteligência que não apenas a cognitiva, o argumento funciona para qualquer modo.

Afirma Daniel Willingham que

”…se queres aumentar a tua inteligência, tens de desafiar a ti próprio. Isso significa empreender em tarefas que estão um pouco além do que consegues alcançar, e isso significa que podes falhar, pelo menos uma primeira vez…”

inteligência e falha

Falhar não é mau e só encarando a falha como parte do processo de aprendizagem podemos fazer dessa uma mais-valia. Para mim não é fácil lidar com uma falha, pois tenho a tendência de a encarar como falhanço, o que é completamente diferente. Lembro-me uma vez num artigo que escrevi para uma conferência de ter dividido uns valores por 50, em vez de 100. Uma coisa simples e sem importância, mas não podem imaginar como isso me deixou nervoso.

 

Enquanto os perfeccionistas falham, os outros tentam

O falhanço experimenta-se quando agimos como perfeccionistas. E se não aprendemos a aceitar que falhamos, corremos o risco de adiar o que temos para fazer à espera de estar perfeito e, acabamos por não fazer o que devíamos.

Michael Jordan é um dos maiores jogadores de basketball de sempre. A sua figura é emblemática para todos os que gostam deste desporto. Uma vez afirmou o seguinte:

”Eu falhei mais de 9000 lançamentos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Confiaram-me o lançamento que permitia ganhar o jogo e falhei 26 vezes. Eu falhei vez após vez após após vez na minha vida. E foi por isso que sucedi.”

O segredo para aumentar a inteligência é a resiliência

O maior segredo de saber aprender é aprender a praticar, praticar, praticar. Tentar, tentar e tentar de novo, eventualmente falhando, falhando e falhando de novo até conseguir aprender o que desejo. A falha é o sinal de que estás à beira a aprender alguma coisa. Mas exige uma mente resiliente.

Stephen King é um dos escritores com maior sucesso de todos os tempos. Na sua auto-biografia ”On Writing” diz,

”Quando és demasiado novo para fazer a barba, o optimismo é uma resposta perfeitamente legítima para a falha. Por altura dos meus catorze anos (e barbeava-me duas vezes por dia quer necessitasse ou não) o prego na minha parede não podia mais suportar o peso das cartas de rejeição nele empaladas. Eu substitui o prego por uma estaca e continuei a escrever.”

Quantos projectos começaste e falharam…

Quantas disciplinas tentaste fazer e chumbaste…

Podes começar a duvidar da tua inteligência e da capacidade de fazer as coisas, mas duvida antes do desânimo que sentes e de tudo aquilo que em ti diz – “pára!”

Não pares. Sê resiliente. Continua a lançar como o Michael Jordan, ou a escrever como fez o Stephen King. Ou então, pára apenas quando desistir for a melhor opção de continuar a tentar… mas de outro modo.


Questão: já experimentaste o sucesso após inúmeras falhas? Partilha a tua experiência nos comentários abaixo.


Bibliografia

Daniel Willingham, “Why Don’t Students Like School.” Wiley, 2009

Stephen King, “On Writing”, Scribner, 2000